domingo, 29 de maio de 2011

Falta






Sinto falta de você e do nosso próprio mundo, quando nada mais importava porque tínhamos um ao outro e isso era mais do que suficiente. Sinto falta das nossas tardes chatas de domingo que não eram chatas porque, novamente, tínhamos um ao outro. Falta do seu cheiro, da sua pele. De nos dois juntos no ônibus. Nós dois juntos sonhando e fazendo planos. Nós dois juntos compartilhando nossas loucuras que o mundo tanto estranhava; nós dois nos entendendo, nos sentindo. Falta de não ter que estar sozinha, de não ter que encarar a solidão. Do meu sonho bom. De ter pra quem contar sobre os meus dias, cada pequeno detalhe. Falta de alguém se importar, de cuidar de alguém. Falta de tudo, tudo mesmo. De você pertinho, de ser sua única garota. Das nossas fugas, nossos segredos, seus sussurros no meu pé de ouvido. Falta das nossas risadas, de poder ser como criança de novo. Da nossa amizade; de confiar, de me sentir segura sem ser julgada. De ser acolhida quando a dor chegava. De brigar com o mundo, e nunca com você. De abandonar tudo, mas nunca, você. De ser tudo mentira: todos os contos de fada, os sorrisos cínicos na cara das pessoas, as boas intenções, tudo, menos eu e você. Falta, falta, falta. Isso é tudo que tem aqui agora, ao lado da minha cama, dentro do meu coração, em todos os lugares que você já ocupou. Falta muita coisa. Falta de você, falta de amor, falta de mim mesma.

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