sábado, 4 de dezembro de 2010

"Idem"

Ele me pediu pra que eu dissesse algo. Eu pensei em muitas coisas. Pensei em dizer que odiava aquelas frase clichês de quando era chegado o fim, tipo: “foi bom enquanto durou” e “eu nunca vou esquecer você”. Tudo o que eu tinha para dizer-lo, disse durante o tempo em que estivemos juntos. Não se fazia necessário nenhum tipo de resumo, desfecho ou “satisfação”. E além do mais, eu odeio despedidas. Odeio qualquer tipo de ritual. Odeio. Então fiquei lá, ouvindo todas aquelas coisas que me pareciam ser ditas por pura conveniência, de tom superficial. E tudo o que eu respondi de volta foi: “idem”. Eu sei que posso ter parecido indiferente, mas eu não consigo ser pela metade. Se eu tivesse que dizer algo pra mostrar como me sentia, teria que narrar todos os meus textos, tudo o que escrevi sobre ele e sobre nós dois durante esses meses. Coisas que ele nem faz idéia de que pensei/senti. E isso já não adiantaria no fim. No final, nada mais importa. A tentativa já tinha sido feita, a chance já havia passado. E às vezes, na vida, nós só temos uma dessa. Uma cartada. Uma última, uma única... A que eu guardei para mim. E talvez tenha sido o melhor a ser feito.

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